Especialistas indicam que muitos casos podem ser resolvidos em consultórios médicos

São Paulo, SP (julho de 2019) – No outono e no inverno, as doenças respiratórias se tornam frequentes e, com isso, há um aumento da procura pelo atendimento nos prontos-socorros. De acordo com o médico de família Nulvio Lermen Junior, isso é influenciado pelas características sazonais. Mudanças bruscas no clima e temperaturas mais baixas levam a um aumento considerável de doenças respiratórias alérgicas (como rinite e asma) e infecciosas (como resfriado, gripe e pneumonia). O médico alerta, também, que as transmissões dessas doenças respiratórias se tornam mais fáceis em ambientes fechados, com acúmulo de pessoas, onde os vírus e as bactérias conseguem, através das gotículas de espirro e tosse, passar de uma pessoa a outra.  Curiosamente, é o caso das emergências hospitalares.

Na rede de hospitais da Amil, composta por 14 unidades no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná, o volume de atendimentos chega a aumentar 25% em algumas unidades nesta época do ano. No entanto, de acordo com o médico, muitas consultas de pronto-socorro não são necessárias, mas ocorrem por falta da orientação correta. Diretor do Programa Amil de Atenção Primária, Nulvio explica que a Amil tem investido em opções ambulatoriais para que o paciente não precise se dirigir diretamente ao pronto-socorro em casos mais simples. Uma dessas alternativas é o atendimento pelo médico de família nas unidades do Amil Espaço Saúde. Esse profissional atua junto a enfermeiros de família e agentes de saúde.  Além de 34 endereços em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Pernambuco, a empresa conta ainda com clínicas credenciadas de atenção primária em quatro estados, alcançando mais de 340 mil clientes.

“Hoje, 90% dos atendimentos que nossos médicos de família fazem, em consultório, são resolvidos sem a necessidade de encaminhamento. Buscar uma emergência estando apenas com coriza, resfriado ou rinite alérgica pode ser uma porta de entrada para outras infecções. Mas sabemos que as pessoas podem ter dificuldade de saber se é o caso ou não de se dirigir a uma emergência. Para ajudar, nós disponibilizamos um telefone com enfermeiros de plantão 24 horas, que podem orientar sobre esse tipo de dúvida”, alerta Nulvio. O telefone em questão – o Amil Ligue Saúde – recebe uma média de 4 mil ligações por mês.

Um dos problemas mais recorrentes nesta época do ano é a infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR), transmitido pelo contato, responsável pela bronquiolite, com maior prevalência em crianças menores de 2 anos. A doença consiste em um processo infeccioso nas vias áreas estreitas que penetram nos pulmões, causando secreção e diminuindo a ação da musculatura respiratória. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país registrou, em 2015, 314 mortes pela infecção pelo VSR, vírus responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante épocas sazonais.

 “A indicação clínica é levar a criança ao hospital quando há febre persistente, desconforto respiratório acompanhado por cansaço e em caso de mudanças repentinas no comportamento, quando o bebê está mais quieto que o habitual ou extremamente irritado, o que pode ser em decorrência da dificuldade para respirar”, instrui o médico. Ele explica também que, embora seja comum não saber diferenciar o resfriado de um quadro mais grave, o resfriado é um quadro mais brando, precedido por uma febre que não é persistente, e o estado geral da criança costuma permanecer bom. Nesses casos, indica-se observar a criança e, se necessário, procurar o médico que já faz o seu acompanhamento. Já nos quadros de bronquiolite, o neném não consegue expelir a secreção e possui muita dificuldade para respirar. Há aparente piora do cansaço e a pele embaixo das unhas ou nas mucosas pode apresentar coloração azul-arroxeada (sintoma conhecido como cianose). Caso identificado algum desses sintomas, é recomendável procurar um serviço de emergência.